MEU AMOR POR AFOGADOS
Minha declaração de amor por Afogados da Ingazeira é constante, é diária...
Sou apaixonada pelo Pajeú das flores e por todas as cidades que fazem parte da minha história e que também faço parte delas, mas, Afogados sempre esteve em primeiro lugar no meu coração por ser uma fonte inesgotável de inspiração, que revela poetas, sonhadores, apaixonados pelo desejo coletivo de torná-la cada vez mais desenvolvida e bela, honrando o seu título de princesa do Pajeú.
Ser filha natural da minha Afogados da Ingazeira é um dos maiores orgulhos que carrego comigo, despertando uma sensibilidade que nasce no âmago do coração e quando falo dessa felicidade, fica impossível não lembrar dos escritos de Clarice Lispector que diz que “quando falo dessas pequenas/grandes felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que são coisas que não existem, outros que só existem dentro das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim”...
Vejo minha Afogados com um olhar sempre sensível, com um olhar que ama, cuide e protege.... Com um olhar de quem sempre deixou as janelas abertas para visualizar seus jardins perfumados de uma existência transbordante, mesmo sendo tão pacata, bucólica, campesina.
Visto Afogados da Ingazeira como se pudesse transformá-la em um recorte de tecidos de alma, em um encantamento tão profundo que se personifica em um ser que incorpora completamente as palavras de Mia Couto quando afirma que “a cidade não é um lugar, é a moldura de uma vida. A moldura a procura de retrato, é isso que eu vejo quando revisito o meu lugar de nascimento. Não são as ruas, não são as casas. O que revejo é um tempo, o que escuto é a fala desse tempo. Um dialeto chamado memória, numa nação chamada infância”...
Consigo me encontrar nessa reflexão, porque a condição adulta não conseguiu roubar os flashes da memória afetiva de tudo que construí aqui, desde a infância até os dias atuais.
Peço licença mais uma vez ao epitáfio de um afogadense que uma vez declarou que se pudesse escolher, nasceria e morreria mil vezes em Afogados da Ingazeira.
Obrigada ao destino por ser de uma cidade que no seu próprio luar nos oferece um aspecto de paz, tranquilidade e muito amor... um amor para sempre!
Por Maria Rita Dias
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